João Amós Comênio




A educação da juventude se processará facilmente se começar cedo,antes da corrupção das inteligências.

João Amós Comênio

sábado, 7 de janeiro de 2012

Estratégias para o estímulo das Múltiplas Inteligências

Considerando que as Teorias das Inteligências Múltiplas ocupam um papel preponderante na elaboração de estratégias pedagógicas para a construção da aprendizagem, cumpre refletir o quanto essa abordagem é pertinente quando aplicada desde o momento que a criança se insere no contexto escolar.

Partindo da investigação bibliográfica, observa-se que, a inteligência lingüística está basicamente associada à linguagem, que se constitui um dos eixos básicos na Educação Infantil, visto que essa é essencial para a interação social do indivíduo, na construção de conhecimentos e para o desenvolvimento de idéias.
Compreende-se esta importância revisitando um dos eixos do terceiro volume do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI).
Cabe ao professor, atento e interessado, auxiliar na construção conjunta das falas das crianças para torná-las mais completas e complexas. Ouvir atentamente o que a criança diz para ter certeza de que entendeu o que ela falou, podendo checar com ela, por meio de perguntas ou repetições, se entendeu mesmo o que ela quis dizer, ajudará a continuidade da conversa. Para as crianças muito pequenas uma palavra, como “água”, pode ser significada pelo adulto, dependendo da situação, como: “Ah! Você quer água?”, ou “Você derrubou água no chão”. Os professores podem funcionar como apoio ao desenvolvimento verbal das crianças, sempre buscando trabalhar com a interlocução e a comunicação efetiva entre os participantes da conversa (RCNEI, 2000).
De acordo com Bertoldi (2010), uma criança a partir dos quatro anos consegue pronunciar todos os sons corretamente, podendo haver dificuldades em apenas alguns fonemas mais complicados. A idéia central é ampliar o repertório da criança, melhorando sua comunicação verbal e o desenvolvimento da coordenação motora fina, condições básicas para iniciar o processo de alfabetização.

Para que a inteligência linguística seja trabalhada eficazmente, o docente deve promover um ambiente rico em linguagem, trabalhando os escuta, fala e escrita.

Algumas estratégias para esta finalidade incluem: contar histórias (qualquer assunto adquire vida quando narrado), estimular os alunos a contar histórias, discussões dirigidas e sob controle do professor, entrevistas, estímulo da escrita através de roteiros para peças, quadros de avisos, poemas, cartazes, folhetos, diários imaginários, canções, dentre tantas outras opções (CAMPBELL, CAMPBELL & DICKINSON, 2000, p. 28).

Para desenvolver a inteligência lógico-matemática nesta faixa etária, pode-se utilizar de atividades que desenvolvam o raciocínio, tais como quebra-cabeças, vivências em que a criança perceba o papel da matemática na vida cotidiana e jogos de lógica.


É o desenvolvimento prático da teoria proposta pelas Inteligências Múltiplas, em simples exercício de buscar a lógica das coisas ou de descobrir que determinados enunciados "não apresentam qualquer lógica", constituem operações mentais estimuladoras dessa competência como também as constituem os exercícios pedagógicos de trabalhar as habilidades de classificação, comparação ou dedução" (ANTUNES, 2000, p. 32).

A inteligência espacial deve buscar o trabalho com o espaço, que pode ser através de observações de mapas simples, brincadeiras de direções, desenhos em papéis de diferentes tamanhos para que a criança adapte sua ilustração ao tamanho do papel.


Variedade no material de aprendizagem, mistura das artes visuais e as artes da linguagem, uso de fantoches e a pintura mural, uso da tecnologia com softwares que facilitam o desenho, as linhas de tempo e os gráficos, podem acrescentar uma dimensão visual às lições em sala de aula e às exposições. Quando esses processos são usados com uma freqüência e uma habilidade crescentes, torna-se evidente que o pensamento visual estimula operações mentais em geral não-realizadas nos modos verbais (CAMPBELL, CAMPBELL & DICKINSON, 2000, 102-103).

A música também pode tornar-se um importante auxílio no ambiente educacional, de acordo com Campbel, Campbell & Dickinson (2000), ela pode acalmar grupos ativos e inquietos, estimular alunos cansados ou sonolentos e até mesmo para ajudar a recordar informações. Cabe ao docente saber aplicar músicas de qualidade e no momento certo.

Os educadores precisam estar conscientes de que o movimento é fundamental para a aprendizagem, principalmente em crianças tão jovens como é o caso da Educação Infantil, no entanto, devido ao histórico da educação, ainda hoje encontramos professores que querem seus alunos imóveis, sentados (nas cadeiras) em carteiras e por um longo período de tempo.

Desta maneira, o professor estando ciente da importância do desenvolvimento da inteligência físico-cinestésica, deve ajustar as salas de aula em espaços apropriados que possam acomodar melhor as necessidades táteis de movimento das crianças.


O simples fato de proporcionar aos alunos a oportunidade de andar de um espaço de trabalho para o outro satisfaz a necessidade de levantar, movimentar e estar ativo (CAMPBELL, CAMPBELL & DICKINSON, 2000, p.78).

A inteligência intrapessoal, como já foi dito anteriormente, é de caráter pessoal, porém pode ser melhor desenvolvida com o auxílio do educador, principalmente na Educação Infantil, onde o afeto é fundamental. O âmbito escolar deve ser acolhedor, promover a diversidade cultural e estimular a participação efetiva dos alunos. Sendo assim, o docente deve reconhecer o esforço de seus alunos, estimulando-os com elogios sinceros. Campbell, Campbell & Dickinson (2000), afirmaram que “o elogio, quando feito, deve ser sincero eadequado à tarefa realizada.”

No caso da inteligência interpessoal, esta pode ser estimulada com atividades em grupos orientados pelo docente, de modo a desenvolverem habilidades sociais, visto que estas não são inerentes ao ser humano.


As habilidades sociais incluem organizar grupos eficientes, demonstrar comportamento adequado, usar habilidades de aprendizagem eficientes e criticar e avaliar cooperativamente as idéias (CAMPBELL, CAMPBELL & DICKINSON, 2000, p.155).

Fonte:http://revista.fundacaoaprender.org.br

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